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País das Maravilhas, Brazil
O que sinto, escrevo! Meu coração pede e obedeço. É ele quem dá as ordens, é ele quem manda aqui!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

O pesar do silêncio.





Pesa em mim o silêncio forçado, logo eu que tenho a palavra como trabalho, ter que silenciar é a tortura que minha alma tem que aprender a lidar, pois me engasgo em palavras que dedico à quem não merece ouvi- las... 
Sempre escuto das pessoas que amo a frase: "Você fala demais"! 
E a cada dia percebo que muitas vezes falo para quem não se importa com o que estou dizendo. Exponho meus sentimentos, conto minhas histórias e quando olho para a pessoa da qual eu esperava questionamentos e atenção, recebo uma amarga indiferença.
Tenho cortado pessoas da minha vida, como cortam-se os galhos de uma árvore que precisa crescer. A cada galho cortado, uma forma melhor de sentir a vida.
Pensando bem, não preciso falar tanto... Para algumas pessoas, pelo menos. Me calar ? Não falar? Sim, é possível, mas dentro de mim pulsa o dom da palavra para quem as quer ouvir.
Aprendi que não dizer o que as pessoas querem ouvir, dizer o que se sente e a verdade de seus pensamentos, é para poucos. Raríssimos!! Mas eu quero que esta raridade, a verdade, seja dita à mim!
 Diga me : Alice está mal vestida hoje! Alice está precisando emagrecer amiga! 
Alice, não gostei do que fez ou disse! Ahhh a verdade, amarga e tão estimulante verdade!
 Eu não digo que receberei assim de primeira, com bom grado, mas garanto que à quem for sincero (a) comigo, receberá minha admiração. Mas quem precisa da minha admiração não é mesmo?
Carregar um silêncio forçado, falar apenas o necessário (?). São afirmações que escuto quase todos os dias. "O silêncio é de ouro" etc.
Não sei se concordo com essas afirmações. Sentir a angústia de uma palavra silenciada... Quando é necessário realmente falar ou não ? Ouvir pra mim é que é de ouro! Então, em meio à tantas confusas indicações de pessoas que não suportam ouvir minha opinião ou meus pensamentos, ou o som da minha voz, me pego pensando: Se sou tão insuportavelmente falante, não me amam assim mesmo? Tenho medido minhas palavras, mas apenas para quem percebo não querer ouvi-las. Pois ainda me resta uma ou outra amiga que me chama e diz: Alice preciso de você amiga, dos teus conselhos malucos! E uma ou outra pessoa que ainda gosta de ouvir o som da minha voz, ao menos através do Rádio.
Então, com os olhos inchados de chorar hoje, chego à conclusão de que realmente somos muitos, mas nos entendemos e nos respeitamos pouco. Aceitar as pessoas com a carga de defeitos que elas têm não é tarefa fácil.
Estou disposta a melhorar a cada dia, de calar até, mas apenas para quem merece, para quem ama me ouvir tagarelando sobre a lua ou sobre o quanto dançar é bom, ou ainda sobre meus sonhos e ilusões, dedicarei meu valioso silêncio se for necessário!
Não quero falar se não for para ser ouvida, não quero ver meu grito se perder pelo vazio que me foi deixado quando alguém me vira as costas, este (a) não merece minhas doces palavras pela frente...
Não quero me sentir suprimida, abafada, com um silêncio forçado, doloroso, engasgado, grito ecoante dentro de mim...
A verdade dói. Ver seus defeitos refletidos no espelho, sua personalidade negra jogada no ventilador é terrível, mas pelo menos pra mim, é valiosa! Frase batida, mas que convém com o momento: "Me magoe com a pior verdade, mas não me iluda com a melhor mentira".
A tristeza tem lá seu poético lado bom : ela é inspiradora... Depois de uma tarde de lágrimas me veio então a idéia de compartilhar aqui meus pensamentos. Não me sufoque! Não me silencie! 

(...)

Alice Maia.

2 comentários:

Arakate

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